A SUA MENTE É A SUA FERRAMENTA: USE-A EM SEU FAVOR

Pratico yoga a um ano e meio e numa dessas idas a escola, li um texto escrito pelo meu professor Francisco que achei muito relevante para compartilhar com meus leitores e alunos. O texto fala sobre a importância do foco!

Um assunto muito importante e que influencia fortemente a saúde física é a nossa mente! “Como yogi, tenho sempre a minha mente em foco. Tanto a sua observação quanto a sua educação são alguns dos pontos centrais da minha vida. Com este hábito de observação, adquiri uma forma distinta de me comunicar com os outros e também aprendi a ouvir.”

Aqueles que me conhecem de perto, em especial os meus alunos, sabem que para mim, observar e analisar os padrões de comunicação em diferentes culturas é um verdadeiro hobby. Aqui vão algumas das frases que venho colhendo há alguns anos. Acredito que estes sejam alguns dos focos de desordem interior e dos problemas vividos por muitos dos meus alunos.
– A minha cabeça não para!
– Sou muito ansioso!
– Sou nervoso!
– Não consigo parar de pensar!
– Meus pensamentos mais recorrentes são muito ruins, sempre pessimistas ou derrotistas.
– Acordo de madrugada e não consigo dormir mais, porque começo a pensar em tudo o que preciso fazer.
E assim a lista vai sempre aumentando.

Depois de ouvir repetidamente estas e muitas outras declarações, tentei entender porque elas pareciam tão inadequadas. Bem, toda estas frases têm uma coisa realmente em comum. Elas passam uma mensagem sutil: fortalecem a ideia de que nossos pensamentos têm vontade própria, independente do nosso controle.
Estas afirmações, que repetimos constantemente, reforçam a impressão de que a nossa mente é uma entidade à parte. Muitas vezes, tão desconectada de nós, que chega a ter ares de um poderoso inimigo interno. Um fantasma que, morando dentro de nós, assume o controle e age contra o nosso bem-estar.

Neste momento o meu alerta soa. “Percebi que meus alunos precisavam ser expostos e educados a respeito de um dos fundamentos do yoga: a sua mente é sua! Ela é tão sua quanto as suas mãos e os seus pés. A mente é uma poderosa ferramenta que lhe foi dada pela natureza.”

Ela pode e deve trabalhar a seu favor. Ou então, estar em repouso. O desconhecimento deste fato é o que cria a impressão de que a nossa mente age por vontade própria, muitas vezes contra nós. Então, aí vai uma reflexão muito importante: a mente é sua.
“A mente pode ser seu dom, sua virtude, sua ferramenta, sua própria fonte de inspiração ou de relaxamento. Mas também pode se tornar o seu algoz, vilão ou tormento.” O que você gostaria que a sua mente fosse para você? Ou, refinando o uso das palavras, o que você quer que a sua mente seja?

Em primeiro lugar, para ter sua mente trabalhando a seu favor, é preciso ter consciência de que ela é sua. Depois, compreenda que, assim como o seu corpo precisa de um movimento para ser pleno, a sua mente também precisa de algumas coisas: de leitura, de férias, de momentos de relaxamento, de atividades lúdicas, de viagens, do desenvolvimento de uma nova língua. Mas, acima de tudo, ela precisa aprender a parar.
“Saber acalmar a mente quando o fluxo de pensamentos é inadequado, obsessivo, negativo é fundamental.”

Este aprendizado não é um exercício de controle, não é contenção. É educação. Educar a mente e aprender a ter esta ferramenta incrível sempre aguçada, descansada e à sua disposição. Como? Bem, aqui abre-se um leque imenso de possibilidades. Existem muitas técnicas exatamente para poder atender a diferentes personalidades e gostos. Não vou falar aqui da “fórmula” que uso pessoalmente ou da “fórmula” que aplico em meus cursos e eventos de meditação.

Vou sugerir uma técnica de extrema simplicidade e eficiência, que hoje é mundialmente vista por muitos autores como o primeiro passo de um programa de reeducação da mente. Deite-se. Não faça isso sentado no início. Por alguns instantes dedique-se a criar uma condição de extremo conforto físico para você, o seu corpo e a sua prática meditativa. Contemple o seu corpo, o ambiente que lhe cerca. Considere o conforto térmico e também se desconecte de qualquer meio eletrônico de comunicação.

Depois faça o que vamos chamar aqui de uma varredura corporal. Observe lentamente o seu corpo de cima para baixo e de baixo para cima, uma ou duas vezes, sem nada julgar. Apenas refinando a ideia de conforto. “Agora pare tudo e volte-se apenas para a sua mente. Encerre ou conclua qualquer pensamento que você esteja tendo neste momento. Após concluir este exercício, observe o espaço entre o fim de um pensamento e o início do próximo. É este silêncio que procuramos.”

Aos poucos, veja se é possível estender ou ampliar estes momentos de silêncio, dando mais valor e atenção para estes espaços de descanso entre os pensamentos. Faça este exercício por apenas alguns minutos diariamente. E, assim que possível, divida conosco os resultados! “Lembre-se: a sua mente é sua. Estas pausas são para ela uma fonte de equilíbrio e energia renovadas.”

Francisco Kaiut é professor na Kaiut Yoga School em Curitiba/Paraná e ministra cursos para instrutores de yoga no Brasil, Europa, EUA e América Latina. Já realizou diversas palestras e workshops para divulgar seu Método nos EUA, Europa e por todo Brasil. Em 2004 participou de um curso de formação de professores de yoga nos Estados Unidos e se torna membro certificado da American Yoga Alliance, principal organização que rege o campo de yoga.
 Em março de 2015, foi um dos cinco yogues escolhidos pela revista americana Yoga Journal, em uma reportagem que mostrava métodos revolucionários de yoga pelo planeta.

Mochila nas costas e até a próxima trilha.

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