Quem não busca felicidade no trabalho, não busca felicidade na vida.
Pode mudar o ano, a turma, a faculdade, ou o curso… sempre que a aula aborda o assunto sobre planejamento de carreira os meus alunos de fazem essa pergunta: Será que é possível ser feliz, ganhar dinheiro e ter vontade de acordar cedo para ir para o trabalho em plena segunda-feira?
O conceito de felicidade é amplo. Para a psicóloga russo-americana Sonia Lyubomirsky – ser feliz é experimentar emoções positivas com frequência e sentir a vida boa, já para o economista e professor do Insper Eduardo Giannetti a felicidade tem 2 dimensões de satisfação com a vida: a primeira é bem objetiva e pode ser percebida “de fora” e transformada em indicadores (alimentação, moradia, salário, carros…), a segunda é mais subjetiva e interior, só pode ser mensurada pelo próprio individuo com base nas suas impressões pessoais. Dessa forma a felicidade para Giannetti é a confluência entre essas duas dimensões: o ter e o ser.
Quando pensamos em felicidade no trabalho nos dias atuais é fundamental levar em conta que boa parte da economia do conhecimento não está interessada na sua força e sim, na sua criatividade e iniciativa. Para muita gente o emprego ideal transformou-se daquele que oferece mais dinheiro para aquele que oferece mais significado e uma remuneração competitiva. Outro ponto, é que atualmente o recurso mais escasso é o tempo e muitos jovens preferem encontrar um trabalho onde o controle do tempo/agenda está mais ao alcance das suas escolhas.
No trabalho haverá maior chance de você ser feliz quando encontrar uma atividade na qual você consegue ficar tão envolvido que nada mais importa. É um nível de concentração e envolvimento que não exige esforço mental e sim uma completa imersão. Para o psicólogo húngaro, que tem um nome difícil de pronunciar e ótimo para o jogo da forca, Mihalyi Csikszentmihalyi (lê-se Mirrai Tiksenmirrai) este estado mental chama-se flow ou fluxo. Para atingir este estado é fundamental que algumas condições estejam presentes: um desafio claro que atraia sua atenção, ter as habilidades para encará-lo e ter um retorno imediato sobre como você esta se saindo a cada etapa.
O exercício que sempre recomendo é a Roda da Vida. Faça uma analise da sua vida através de 8 áreas relacionadas: saúde, carreira, desenvolvimento pessoal, relacionamento, romance, dinheiro, recreação/divertimento e ambiente físico (bens materiais). Dê uma nota de 1 a 7 para cada área, sendo que a nota 1 significa que você esta pouco satisfeito e a nota 7 para áreas que você está muito satisfeito. Em seguida pinte o círculo de dentro para fora de acordo com as notas (use as marcações respectivas).
Agora observe a sua Roda da Vida e reflita. Existe algum equilíbrio? Comparada com a sua carreira como estão às outras áreas? Pense em fazer algo que você faz bem, que você quer fazer durante um bom tempo e que as pessoas te pagariam para você fazer.
Aqui vai uma dicaduka: O sucesso da sua Roda da Vida está na constante busca do equilíbrio. Lembre-se também, que durante a sua carreira alguns momentos necessitam de um investimento maior em uma determinada área e isso deve ser por um determinado tempo. Daqui a 6 meses volte para o exercício da Roda da Vida e verifique se houve alguma mudança.
Mochila nas costas e até a próxima trilha!